quinta-feira, 19 de março de 2009

Continua a Dúvida sobre o preço do F 35


Quando na passada semana foi divulgado um relatório do GAO, uma autoridade fiscalizadora, do governo dos Estados Unidos (próximo ao Tribunal de Contas) sobre o programa JSF - nome do programa que resultou no caça F-35 - muitos militares e políticos na capital norte-americana sentiram calafrios.

Segundo a análise do «Government Accountability Office», o programa F-35 derrapou completamente, sendo inevitável que atinja valores superiores aos previamente estimados. Segundo a mesma entidade, as derrapagem poderia atingir 38.000 milhões de dólares (EUR 24.000 milhões / R$64 bilhões) e o valor final do projecto poderia atingir quase um milhão de milhões (um trilhão) ou cerca de 640.000 milhões de Euros.

O valor global agora estabelecido para o programa, quando dividido pelo total de aparelhos que se espera sejam construídos, implica um preço de 122 milhões de dólares para cada aparelho, a que se soma um total de 264 milhões de dólares por unidade, para cobrir os custo de operação e manutenção durante o período de vida útil de cada um dos aparelhos a comprar.

Para piorar as coisas, segundo o mesmo relatório, além de muito mais caro o programa F-35 está atrasado em pelo menos dois anos, o que levará a que a marinha dos Estados Unidos e os fuzileiros navais tenham que aguardar mais tempo para substituir respectivamente os F/A-18 «Hornet» e os caças A/V-8 «Harrier» de descolagem vertical. 

Contas mal feitas

Em resposta às alegações do organismo do governo dos Estados Unidos, o fabricante do aparelho veio deitar água na fervura, explicando que o G.A.O. fez uma análise apressada, retirando uma «foto» da situação neste momento, sem efectuar uma análise mais detalhada da situação.

A Lockeed Martin e o director do programa F-35 da marinha dos Estados Unidos afirmaram entretanto que não está previsto qualquer atraso nas entregas previstas de 680 aeronaves do tipo F-35, que serão distribuídas entre marinha e fuzileiros.

Culpa do Euro alto

Entre as razões apontadas para justificar o grande aumento no preço da aeronave, aparece um factor que em principio poderia parecer estranho: a alta do Euro.

A explicação para a influência do valor da moeda europeia no preço da aeronave norte-americana, está no facto de os preços de muitos dos componentes do F-35 serem fabricados na Europa e terem os seus preços estabelecidos em Euros. Além dos componentes, grande parte dos estudos de engenharia e de projecto, são igualmente feitos na Europa, o que também contribui para aumentar o peso da moeda europeia, no custo final e portanto contribuir para elevar o preço final do F-35.

Mas os efeitos de um Euro sobrevalorizado, não podem ser extrapolados para todo o período de vida útil do F-35 e por isso neste momento a análise feita mostra um aumento muito considerável nos preços previstos.

Preço mantém-se 

Segundo o departamento de defesa dos Estados Unidos, as projecções de preço para o F-35 continuam basicamente idênticas e nem a marinha nem os fuzileiros esperam pagar mais que os 60 milhões de dólares (a preços de 2002) que foram inicialmente previstos para cada um dos 680 F-35 previstos para a força.

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