quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eurofighter é sério candidato a concorrência F-X do Japão


Caça do consórcio europeu é o mais forte candidato a vencer concorrência do país oriental.
O caça Eurofighter Typhoon é um sério candidato a vencer a concorrência F-X japonesa para fornecimento de caças de combate, disseram fontes da indústria argumentando que Tókio está em conversas sérias com o consórcio europeu antecipando a disputa. “Se você me perguntasse há um ano atrás, eu diria que o Typhoon não tem chance contra o competidor americano. Hoje eu não certeza disso”, disse uma fonte da indústria próxima ao ministério da defesa japonês.

“Washington continua a não fornecer informações sobre o Lockheed Martin F-22 mas estreitou laços de defesa, e políticos japoneses e burocratas estão olhando o Typhoon como uma alternativa viável para outros caças americanos oferecidos”. Na concorrência F-X o Japão pretende adquirir 50 aparelhos para substituir seus McDonnell Douglas F-4.Fonte: Airway

Governo americano deve vender F-35 para Israel


A venda compreenderia inicialmente 25 unidades do JSF convencional CTOL e mais 50 na versão VSTOL

O governo americano notificou o congresso sobre a possibilidade de um acordo de venda para Israel de um lote de Lockheed Martin F-35 Joint Strike Fighter depois que o fabricante passa da marca de 50 vôos com o primeiro protótipo da aeronave.

A notificação do congresso confirma que Israel tem interesse na compra de 75 F-35 no próximo ano. “Israel é o primeiro comprador em potencial do F-35, isso seria um importante passo para expansão dos interesses do JSF além dos EUA além dos oito parceiros internacionais do projeto F-35”, disse a Lockheed Martin. A notificação exclarece que Israel pode comprar um lote inicial de 25 unidades do caça F-35A de pouso e decolagem convencional. Uma opção para mais 50 F-35A ou F-35B de pouso e decolagem vertical também podem ser incluídos.

Se Israel exercer todas suas opções de compra da nova aeronave o acordo pode chegar a 15.2 bilhões de dólares, incluindo suporte logístico além de sensores especiais e equipamento para o F-35. A venda pode envolver também os motores Pratt & Whitney F135 ou General Electric/Rolls-Royce F136.

EADS anuncia novo atraso para primeiro vôo do A400M


Os seqüentes atrasos no cronograma de testes do maior motor turbohélice do ocidente o TP400-D6 provocaram problemas.
A EADS acaba de confirmar que o primeiro vôo de sua aeronave de transporte militar A400M, teve a sua data para além do final deste ano, e a data para a primeira entrega continua indeterminada. O motivo do atraso é o maior turbohélice fabricado no ocidente, o Europrop TP400-D6 de 10.000shp que passa por adiamentos no programa de ensaios.

O programa ainda está aguardando pelo vôo da plataforma de testes C-130 modificado pela Marshall Airspace com um TP400-D6 sob a asa. Os ensaios em vôo com a bancada de testes modificada “devem iniciar na próxima semana”, disse a EADS. O primeiro vôo do A400M também depende agora da disponibilidade do sistema de propulsão, acrescentou a empresa européia.

“Somente depois disso e maiores reuniões com os clientes, os investidores além de implicações técnicas e de cronograma pode acontecer este primeiro vôo”, disse a EADS. O projeto A400M foi lançado em maio de 2003 e possui até agora 192 encomendas da Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo, Malásia, Coréia do Sul, Espanha, Turquia e Reino Unido.

FAB reduz lista de candidatos do Projeto F-X2


Comissão gerencial da concorrência para novo caça do Brasil reduz para três tipos de aeronaves
O Comando da Aeronáutica informa que, em obediência ao cronograma de renovação da frota das aeronaves de combate da Força Aérea Brasileira – FAB, completou mais uma etapa do processo de seleção dos novos caças multi-emprego a ser incorporados ao seu acervo.

A Comissão Gerencial do Projeto F-X2 (CGPF-X2), instituída em 15 de maio de 2008, conduziu os estudos de avaliação das aeronaves pré-selecionadas (Boeing F-18E/F Super Hornet, Dassault Rafale, Eurofighter Typhoon, Lockheed Martin F-16 Adv, Saab Gripen NG e Sukhoi SU-35), de forma a elaborar uma lista reduzida (short list) nesta etapa do processo. A concretização desta short list visou a garantir o atendimento aos requisitos operacionais para aeronave de caça multi-emprego estabelecidos pelo Estado-Maior da Aeronáutica e permitir o aprofundamento das avaliações dos sistemas de armas candidatos que foram selecionados nesta fase.

Os estudos tiveram por base as informações fornecidas pelas empresas em resposta aos pedidos de informações (do inglês Request For Information - RFI), emitidos em Junho de 2008. Os dados provenientes das empresas participantes foram avaliados de forma sistêmica, considerando aspectos referentes às áreas operacional, logística, técnica, Compensação Comercial (offset) e transferência de tecnologia para a Indústria Nacional de Defesa. A partir de agora, na nova etapa do processo de seleção, as avaliações irão concentrar-se nas seguintes aeronaves componentes da short list (listadas aqui em ordem alfabética dos respectivos fabricantes):

1 - BOEING (F-18 E/F SUPER HORNET), 2 - DASSAULT (RAFALE) e 3 - SAAB (GRIPEN NG).

As 36 aeronaves, que integrarão o 1º lote, deverão ser entregues a partir de 2014, com expectativa de vida útil de, no mínimo, 30 anos. Assim, ao longo dos próximos anos, haverá a substituição, gradativamente, dos atuais caças Mirage 2000, F-5M e A-1M. O conjunto de conhecimentos e capacitação tecnológica adquiridos nesta aquisição irá contribuir para que o Brasil tenha condições de produzir ou participar da produção de caças de 5ª geração em um futuro de médio e longo prazo.

Por fim, o Comando da Aeronáutica ressalta que este processo representa um importante avanço para sua Indústria de Defesa com reflexos duradouros, possibilitando parcerias estratégicas de longa duração. No correr do próximo ano, deverá ser conhecido o vetor selecionado, tão logo as fases subseqüentes sejam concluídas.

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA AERONÁUTICA Fonte: CECOMSAER

Força Aérea Italiana desembarca C-27J no Afeganistão


As novas aeronaves de transporte fabricadas na Itália irão substituir os C-130J da Lockheed em operações na OTAN
Duas aeronaves de transporte tático Alenia Aeronautica C-27J Spartan da 46ª Brigada de transporte Aéreo da Base Aérea de Pisa da Força Aérea Italiana pousaram em 12 de setembro no sudoeste do Afeganistão, onde a contribuição da Itália se juntará a Força de Assistência de Segurança da OTAN na região. Uma aeronave será empregada para provir assistência logística, substituindo os Lockheed Martin C-130J, enquanto o outro estará disponível como reserva.

Os Spartan estão equipados com sistema de auto-proteção antimíssil além de sistema alerta de radar, dispensador chaff e flare e proteção de blindagem no cockpit. Oito aeronaves C-27J já acumularam mais de 3.200 horas de vôo desde que entraram em serviço na Força Aérea Italiana sendo empregados no 98º Esquadrão de Transporte em janeiro de 2007 com o treinamento de 10 tripulações para o tipo. O restante da frota de Spartan será entregue até o início de 2009.

Israel quer equipamentos vitais a seu F-35


O governo pretende instalar equipamentos de fabricação local aos seus JSF mas não explica publicamente o que são.
O ministro da defesa de Israel está tentando convencer a administração dos Estados Unidos a liberar a instalação de mais sistemas israelenses instalados no pedido do Lockheed Martin F-35 Joint Strike Fighter que planeja receber em 2014. O resultado das discussões será em função do número de aeronaves adquiridas.

O ministro da defesa israelense confirma que a tecnologia a ser implementada na futura aeronave de caça foi discutida no início de setembro durante visita a Washington pelo seu diretor geral Pinhas Buchris, mas nega dar detalhes sobre as conversas com os americanos. Entretanto, uma fonte da defesa de Israel disse: “Nós deixamos claro que nossos F-35 serão diferentes e mais capazes para os nossos futuros cenários de combate”.

Israel concentra foco na munição transportada internamente no F-35 e suas interfaces com a aeronave, e um sistema eletrônico descrito como “habilitadores de penetração”. Durante o mês de maio, Israel redigiu uma carta formal de pedido do JSF, pedindo 25 unidades básicas de pouso e decolagem convencional do F-35, além de uma opção para mais 50. Fontes da Lockheed disseram que posteriormente um número de modelos B de pouso e decolagem vertical do caça poderiam ser adicionados ao pedido.

Israel não é parceiro no programa de desenvolvimento do JSF, mas a indústria de defesa doméstica daquele país está pronta para trabalhar em muitos sistemas da nova aeronave, incluindo a Israel Military Industries que está trabalhando nos dispositivos de transporte de bombas de impacto transportadas internamente.

A Cyclone Aviation está projetando tanques subalares para incrementar o raio de combate do caça, enquanto a Israel Aerospace Industries está oferecendo uma solução de tanque conformal para o F-35.

Venezuela fechou acordo de compra de treinadores K-8 da China


Os jatos são produzidos em cooperação com o Paquistão e foram projetados nos anos 1990
A Venezuela espera confirmar um acordo de compra de 24 jatos treinadores Hongdu K-8 da China durante visita oficial do Presidente Hugo Chaves a Pequim esta semana. “Nós estamos comprando aeronaves chinesas K-8”, revelou Chaves durante entrevista a uma emissora de televisão venezuelana. As entregas começarão em 2009, disse o presidente, acrescentando que serão “excelentes aeronaves para nossos rapazes”.

O jato treinador básico foi desenvolvido em conjunto com o Paquistão e iniciou atividades em ambas forças aéreas no início dos anos 1990. A aeronave também pode ser empregada como jato de ataque leve, e foi exportado para o Egito, Myanmar, Sudão e Zimbábue. Na estação de TV venezuelana Chaves reiterou que o seu país irá continuar a adquirir equipamento militar apesar das críticas dos Estados Unidos.

“Continuamos trabalhando na questão do equipamento militar, embora eles me acusem de lançar uma corrida armamentista”, disse ele. “Eu não estou iniciando uma corrida armamentista. Gastos militares são necessários para a defesa de um país”.

domingo, 21 de setembro de 2008

Lockheed desmente derrotas do F-35 para o Sukhoi


Análises da Força Aérea dos EUA mostram que o Lockheed Martin F-35 Lightning II é pelo menos 400% mais eficaz na capacidade ar-ar que os melhores caças atualmente disponíveis no mercado internacional.
O modelo de análises da USAF para engajamentos ar-ar, também usado por forças aéreas aliadas, a fim de avaliar o desempenho de combate aéreo, colocou o caça de 5 ª geração F-35 contra todos os caças avançados de 4ª geração, numa variedade de cenários simulados. Os resultados foram claros: o F-35 superou os caças no combate aéreo por margens significativas.
“As recentes notícias de que caças russos teriam derrotado o F-35 em exercícios simulados no Havaí são falsas”, afirmou o Maj. Gen. Charles R. Davis, diretor do Programa F-35.
“Os relatórios são completamente falsos e enganosos, e não têm qualquer fundamento na realidade”, disse Davis. “Os exercícios simulados Pacific Vision Wargame 2008, que foram referenciados recentemente nos meios de comunicação, nem sequer serviram para medir a eficácia ar-ar. O F-35 foi projetado para ser capaz de derrotar efetivamente as ameaças ar-ar atuais e futuras. Todas as informações disponíveis, de classificação mais elevada, indicam que o F-35 efectivamente cumpriu esses agressivos desafios operacionais”, afirmou.
Os fatos apresentados pela Lockheed são de que o F-35 é um “cavalo de corrida” e não um “cão de briga”. Sua aerodinâmica stealth lhe dá capacidade de “ver e atirar primeiro”, e de escapar com segurança.
A grande razão peso/potência lhe permite manobrar a 9 G, igualando as taxas de curva do F-16 e F/A-18.
O F-35 tem o motor mais potente já instalado num caça, com empuxo equivalente aos dois motores do Eurofighter ou do F/A-18, dando-lhe excepcional capacidade de aceleração e manobrabilidade.
Segundo a Lockheed, está provado que nenhuma aeronave pode sobreviver contra caças de 5 ª geração stealth, como o F-22 e F-35, e que é impossível adicionar características stealth similares em caças de quarta geração.
Para completar, a capacidade do F-35 de colher dados, integrá-los e compartilhá-los irá transformar o campo de batalha do futuro, redefinindo as missões de apoio aéreo aproximado. O F-35 foi especialmente concebido para tirar partido das lições aprendidas a partir do F-117.Análises da Força Aérea dos EUA mostram que o Lockheed Martin F-35 Lightning II é pelo menos 400% mais eficaz na capacidade ar-ar que os melhores caças atualmente disponíveis no mercado internacional.O modelo de análises da USAF para engajamentos ar-ar, também usado por forças aéreas aliadas, a fim de avaliar o desempenho de combate aéreo, colocou o caça de 5 ª geração F-35 contra todos os caças avançados de 4ª geração, numa variedade de cenários simulados. Os resultados foram claros: o F-35 superou os caças no combate aéreo por margens significativas.“As recentes notícias de que caças russos teriam derrotado o F-35 em exercícios simulados no Havaí são falsas”, afirmou o Maj. Gen. Charles R. Davis, diretor do Programa F-35.
“Os relatórios são completamente falsos e enganosos, e não têm qualquer fundamento na realidade”, disse Davis. “Os exercícios simulados Pacific Vision Wargame 2008, que foram referenciados recentemente nos meios de comunicação, nem sequer serviram para medir a eficácia ar-ar. O F-35 foi projetado para ser capaz de derrotar efetivamente as ameaças ar-ar atuais e futuras. Todas as informações disponíveis, de classificação mais elevada, indicam que o F-35 efectivamente cumpriu esses agressivos desafios operacionais”, afirmou.
Os fatos apresentados pela Lockheed são de que o F-35 é um “cavalo de corrida” e não um “cão de briga”. Sua aerodinâmica stealth lhe dá capacidade de “ver e atirar primeiro”, e de escapar com segurança.
A grande razão peso/potência lhe permite manobrar a 9 G, igualando as taxas de curva do F-16 e F/A-18.
O F-35 tem o motor mais potente já instalado num caça, com empuxo equivalente aos dois motores do Eurofighter ou do F/A-18, dando-lhe excepcional capacidade de aceleração e manobrabilidade.
Segundo a Lockheed, está provado que nenhuma aeronave pode sobreviver contra caças de 5 ª geração stealth, como o F-22 e F-35, e que é impossível adicionar características stealth similares em caças de quarta geração.
Para completar, a capacidade do F-35 de colher dados, integrá-los e compartilhá-los irá transformar o campo de batalha do futuro, redefinindo as missões de apoio aéreo aproximado. O F-35 foi especialmente concebido para tirar partido das lições aprendidas a partir do F-117. Este artigo foi publicado em 19 setembro, 2008 às 18:59 sob a categoria Noticiário Internacional, Sistemas de Armas.

domingo, 14 de setembro de 2008

Japão não tem fundos para construir seu caça stealth


Protótipo do demonstrador de tecnologia ATD-X teve verbas só até estudos em computador
É improvável que o Japão consiga fundos para construir o seu demonstrador de caça Stealth em 2008. Os investimentos do Ministério das Finanças japonês são suficientes até agora para apenas a fase de estudos de projeto no computador.

O projeto ATD-X tem estado em atividade por muitos anos e o Instituto de Desenvolvimento e Pesquisas Técnicas do Ministério da Defesa japonês recebeu o sinal verde para no último ano para construir e voar um pequeno demonstrador de tecnologia. O projeto tomou a classificação de urgência depois que os Estado Unidos recusou-se a dar qualquer informação sobre o Lockheed Martin F-22 em sua concorrência para o caça F-X.

Os investimentos para a construção do caça não estão nada fáceis e o Ministério da Defesa também está empenhado em acelerar a modernização dos seus caças Mitsubishi Heavy Industries/Boeing F-15 e Tókio procura estes fundos.

O projeto ATD-X recebeu até agora investimentos da ordem de 43 milhões de dólares que o TRDI pediu no último ano o que é insuficiente, e fontes da indústria afirmam que este ano o órgão governamental continuará desapontado. O tamanho do caça ATD-X será similar ao Saab Gripen e será motorizado dois turbojatos com pós-combustão Ishikawajima-Harima Heavy Industries XF5, com vetorização de exaustão derivado do turbofan XF7 que está sendo testado na aeronave de patrulha marítima Kawasaki Heavy Industries XP-1.

USAF vê F-16 como ponte de integração com outros países



Principais alvos para a invasão diplomática são os ex-países agregados da cortina de ferro além de Índia
A Força Aérea Americana está propondo que o Lockheed Martin F-16 seja uma “ponte” para eventuais compras por países satélites soviéticos agora aliados aos Estados Unidos, de acordo com Bruce Lemkin, subsecretário da USAF para relações internacionais.

Lemkin disse que o caça F-16 pode servir de transição da “cultura MiG-21” para o Lockheed Martin F-35 em nações como a Romênia. Bulgária e Polônia já escolheram o F-16 para suas frotas. Os Emirados Árabes Unidos estão em entendimentos para entrega dos mais avançados dos F-16, o bloco 60.

Com uma queda brusca de aquisição, o Pentágono espera que nos próximos anos a USAF volte-se para os seus aliados numa estratégia de promover capacidades, incluindo equipamentos, treinamento e suporte em todo mundo. Caças continuam a ser o ponto chave para alianças internacionais, particularmente o stealth F-35. Com a Ásia, Lemkin disse que o Japão está estudando a compra do F-35. O F-22 raptor é a principal opção de compra pelo Japão, mas leis americanas proibiram sua exportação e parece que não deve haver mudança de planos por parte da Casa Branca em curto prazo.

A USAF está oferecendo o F-16 para a Índia com radar de abertura sintética enquanto que a US Navy recuou com sua proposta para o F/A-18 Super Hornet.Fonte:Airway

Brasil próximo da primeira peneira para concorrentes do F-X2


De seis concorrentes apenas dois ou três devem permanecer na disputa que deve se estender até o próximo ano
A Força Aérea Brasileira está muito próxima de estreitar o campo de nomes para os concorrentes da sua competição para aquisição de um novo caça denominada F-X2 de seis tipos diferentes de aeronaves para três ou dois. A decisão do nome vencedor está prevista para o próximo ano.

Os concorrentes que participam da competição são o Boeing F/A-18E/F Block II Super Hornet, Dassault Rafale, Eurofighter Typhoon, Lockheed Martin F-16BR, Saab Gripen NG e o Sukhoi Su-30. A Lockheed confirma que o F-35 não será oferecido ao Brasil, já que não poderá transferir toda a tecnologia para manutenção da aeronave.

“O F-16BR foi desenvolvido para satisfazer requerimentos originais, quantidade e datas de entrega além do offset (transferência de tecnologia) e cooperação industrial enquanto fornecer a FAB o mais avançado e a capacidade disponível no F-16”, disse a Lockheed. Entretanto a empresa americana não divulgou maiores detalhes sobre sua oferta para o governo americano.

A Boeing planeja oferecer o Super Hornet com o radar de abertura eletrônica ativa Raytheon APG-79 “o coração da suíte de aviônica”, disse Bob Gower vice-presidente da empresa para o programa do F/A-18.

Gower não comentou sobre restrições de tecnologia ao Brasil do governo americano. O requerimento inicial do pedido do Brasil compreende de 32 a 36 caças, entretanto esse total pode ser eventualmente estendido para 120 aeronaves.Airway

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Programa F-X 2-Entrevista com Bengt Janér-Gripen


Às vésperas do anúncio da nova política de defesa, Defesa@Net entrevistou Bengt Janér, diretor da SAAB no país. A empresa é uma das cinco principais detentoras mundiais de tecnologia de caças supersônicos de última geração. Janér também é diretor geral da Gripen Brasil, braço da Gripen International, que fabrica o caça do mesmo nome – o Gripen NG, caça multifunção que é a grande aposta da empresa para equipar as forças aéreas de diversos países.

Nesta entrevista, o executivo reforça que a empresa sueca está, mais do nunca, no páreo do projeto F-X2. Entre outros temas, ele ratifica a disposição da Gripen em transferir tecnologia para o sistema de defesa do Brasil. Esta, aliás, é uma das exigências do Plano Estratégico das Forças Armadas.

DEFESA@NET - Uma das condições do governo brasileiro no projeto FX-2 é a transferência de tecnologia. A Gripen atende a este requisito?

Bengt Janér - A indústria de defesa sueca tem uma tradição de transferência de tecnologia para o Brasil. Começou na década de 50, quando a Bofors transferiu para o Arsenal de Guerra do Exército Brasileiro a produção do canhão de 40mm e foi expandido nos anos 80 junto à indústria nacional (CBV). No contexto do F-X1, a SAAB já havia proposto um amplo programa de transferência de tecnologia que atendia plenamente aos requisitos do programa. Para o F-X2, a SAAB, fortemente apoiada pelo governo sueco, tem total disposição para transferência de tecnologia sem restrições. A empresa tem vários programas de cooperação em andamento no mundo, muitos relacionados ao Gripen. Na República Checa e na Hungria, todos os compromissos de offsets e transferência de tecnologia foram atendidos e, em muitos casos, excedidos. Junto à África do Sul, as primeiras aeronaves Gripen começaram a ser entregues em paralelo a um programa que envolve parcerias tecnológicas com a indústria local. A indústria sul-africana também participa na produção de subconjuntos estruturais para todos os Gripen produzidos na Suécia.

DEFESA@NET - Porque um caça monomotor no século XXI?

Bengt Janér - A questão de monomotor versus bimotor na aviação de caça está mais relacionada ao tamanho e peso da aeronave do que à confiabilidade. O nível de confiança dos modernos motores de caça é excelente, permitindo que as forças aéreas adotem caças monomotores como seu principal vetor. É o caso do JSF (F-35), que será equipado apenas com um motor. Em especial, com relação ao Gripen NG, o motor selecionado é o GE F-414 que é derivado do F-404 com milhões de horas acumuladas com um histórico de confiabilidade demonstrada. A adoção de monomotor de alta confiabilidade traz como resultado um impacto econômico altamente favorável durante todo o ciclo de vida da aeronave.

DEFESA@NET - Durante o F-X1, uma das críticas feitas ao Gripen era de seu alcance limitado. Como é o Gripen NG?

Bengt Janér - O Gripen NG incorpora uma modificação estrutural inovadora. O trem de pouso principal foi deslocado para a lateral e a fuselagem central foi alargada aumentando a quantidade de combustível interno em cerca de 40%. Com isso o Gripen NG passa a ter uma das maiores autonomias dentre os caças disponíveis no mercado, considerando-se apenas a quantidade de combustível interno. É importante também ressaltar que, juntamente ao aumento da capacidade de combustível, a estrutura foi totalmente reforçada e o peso de decolagem foi aumentado significativamente. Isso permite que com tanques subalares, o Gripen NG tenha um alcance maior que, por exemplo, o Rafale.

DEFESA@NET - O Gripen NG está em desenvolvimento. Ele é um produto confiável?

Bengt Janér - Totalmente confiável. O Gripen NG é uma evolução da família Gripen e incorpora vários avanços e atualizações tecnológicas, como por exemplo, novos radares com maior alcance, e que só agora se tornaram disponíveis. Diversas características são resultado da experiência acumulada da frota. O Gripen NG é a resposta da SAAB – bem como a grande aposta da empresa – a demandas de mercado internacional por um produto inovador e com abertura para cooperação. Este fato é altamente positivo, pois o torna o único produto do mercado que possibilita a participação de outras indústrias aeronáuticas em sua fase de desenvolvimento permitindo assim a real transferência de tecnologia. Por isso que afirmo que estamos prontos para atender e superar todos os requisitos e expectativas da FAB e do Governo Brasileiro.

DEFESA@NET - Na sua avaliação, quais são as outras aeronaves que atenderiam os requisitos brasileiros?

Bengt Janér - Esta é uma pergunta que poderia ser respondida pelos técnicos e autoridades envolvidas no processo. Mas, pelo que conheço de nosso país e dos fornecedores de equipamentos – não necessariamente de tecnologia – o Gripen seria a melhor escolha. Sem dúvida.

Brasil Realiza última compra de caças defasados


Brasil recebe últimos Mirage e encerra
ciclo de “compras de prateleira”
(Discurso ministro da Defesa Nelson Jobim)

Anápolis (GO) 27/08/2008 - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito, receberam nesta quarta-feira (27/8) os últimos dois aviões de caça Mirage 2000, de um lote de doze adquiridos da França. Os aviões substituirão os modelos anteriores de Mirage que saíram de serviço em 2005, e deverão fazer a ponte até a chegada dos novos aviões que serão adquiridos no projeto F-X2, com entrega para após 2015.

Para comemorar a data, Jobim fez um vôo de aproximadamente 50 minutos em um Mirrage. Segundo Jobim, esta compra marca o fim do ciclo de aquisições puras para a área de Defesa. Os novos modelos já serão adquiridos sob a ótica da transferência de tecnologia por parte do fabricante. “Significa a importância de nós encerrarmos um ciclo, que é o ciclo do Brasil comprador. Agora nós deveremos começar um novo ciclo, que é o ciclo do Brasil Parceiro”, afirmou Jobim, em entrevista coletiva após a cerimônia.

De acordo com Jobim, a intenção do Brasil é adquirir um pequeno lote inicial do novo avião que vier a ser escolhido e passar a desenvolver localmente uma plataforma que participe da produção das unidades seguintes. “A nova estratégia de Defesa significa que nós seremos produtores”. Segundo o ministro, os principais países que participam da disputa afirmam que estão dispostos a transferir tecnologia. Mas ele pondera que nem sempre os fatos confirmam a intenção, e cita o caso do governo americano, que recentemente dificultou a remessa de componentes adquiridos para o Supertucano, da Embraer.

Participam da disputa do F-X2 as empresas norte-americanas Boeing (F/A-18 E/F Super Hornet) e Lockheed Martin (F-35 Lightning II), a francesa Dassault (Rafale), a russa Rosoboronexport (Sukhoi SU-35), a sueca Saab (Gripen) e o consórcio europeu Eurofighter (Typhoon).

O ministro elogiou a transparência da França e sua disposição de avançar, na área aeronáutica, da mesma maneira que avançou no acordo para a transferência de tecnologia destinada à produção de um submarino brasileiro de propulsão nuclear. Mas o ministro negou que haja decisão tomada em relação aos franceses para a aquisição dos novos aviões. “A partir de janeiro nós vamos abrir a discussão em relação ao F-X. Evidentemente os franceses estão na concorrência; agora, tudo vai depender das conveniências ao Brasil”, concluiu.

Jobim destacou a importância da autonomia tecnológica e industrial para a consolidação da defesa brasileira. “O país que tem a capacitação nacional tem poder dissuasório real”, explicou Jobim. Ele esclarece que o fortalecimento da defesa do país não tem nenhuma causa específica externa . “Não estamos organizando e transformando as Forças Armadas pela perspectiva de um inimigo ou de uma ameaça. Estamos transformando na perspectiva da capacitação”.

Jobim observou que o país tem muitas riquezas a defender, como as áreas juridicionais de sua plataforma marítima, que somam 3,5 milhões de km2, e que deverão subir para 4,5 milhões. “São grandes riquezas. Só os leigos é que acreditam que não precisam estar capacitados para responder a qualquer ameaça”.

Quarta Frota- O ministro negou qualquer vinculação entre o fortalecimento da Defesa brasileira e a criação da Quarta Frota por parte dos Estados Unidos. “Não vamos nos conduzir da perspectiva de que os Estados Unidos estejam nos conduzindo. Nós vamos nos conduzir dentro das nossas condições e da nossa perspectiva de capacitação”.

O ministro, inclusive , relativizou a preocupação manifestada por algumas pessoas com a criação da Quarta Frota, que ele classifica de uma mudança administrativa dos Estados Unidos, que transferiram da Segunda Frota para a Quarta Frota alguns de seus meios navais.

“Eu não vejo problema nenhum, isso é uma decisão americana. O americano toma as decisões que bem quer. Nós não gostaríamos que as decisões que o Brasil está tomando agora no Plano de Defesa fossem objeto de objeções americanas. A autodeterminação dos povos é vital, e eu não vejo nenhuma dificuldade em relação à Quarta Frota. Fica nítido e claro que as relações com o Brasil continuarão sendo amistosas”.

Jobim também observou que não há preocupação exclusiva da Defesa com a área do pré-sal, onde foram localizadas reservas gigantes de petróleo. Esta é apenas uma das grandes riquezas que o País tem e que precisam ser defendidas, argumentou. “Nós temos que nos lembrar que a América do Sul é a maior reserva de energia do mundo hoje, é a maior reserva de produção de alimentos e a maior reserva de água doce. Nós temos a Amazônia e o aqüífero Guarani. Isto basta para que nós tenhamos capacitação”.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Vôo em formação final do stealth F-117




Aeronave destaque da guerra do golfo voa apenas em missões de testes para a Força Aérea Americana:

Foi possivelmente a formação final em vôo do caça stealth Lockheed Martin F-117 Nighthawk que ocorreu em 6 de agosto em Palmdale nas instalações 42 da Força Aérea Americana na Califórnia. Depois de formalmente aposentado em cerimônia em Palmdale e Holloman, bases da USAF no Novo México, em 22 de abril quatro F-117 são mantidos voando como banca de testes pelo 410º Esquadrão de Testes de Vôo, e até o fim de julho somente dois dos caças são mantidos. De acordo com a Lockheed, uma das aeronaves voou para ser estocado em Tonopah em 7 de julho, e a última unidade deixará de voar em 14 de agosto. Com o fechamento deste capítulo na aviação militar e da história dos testes de vôo, o esquadrão de testes 410 também foi desativado em cerimônia fechada nas instalações 42 da USAF em 1º de agosto.

USAF atrasa projeto data link de F-22 para outros caças


Todas as aeronaves de combate devem receber sistema de comunicação mútua para teatros de combate:

A Força Aérea Americana anunciou um novo atraso no programa que irá possibilitar muitas mudanças em sua aeronaves de combate, incluindo o Lockheed Martin F-22 que poderá comunicar-se em data link com outros caças nos teatros de operações. 

Uma competição para esta primeira fase do programa “Objective Gateway” foi agendado para começar em meados de agosto, mas agora o primeiro passo no processo de aquisição é o anúncio do ‘request for proposals’ que está sem data definida de acordo com a USAF em seus relatórios de agosto. 

“Informações adicionais sobre o status do programa podem ficar disponíveis em 31 de agosto”, disse o Centro de Sistemas Eletrônicos. O centro está gerenciando o Objective Gateway neameado pelo secretário de defesa, que classificou o programa como de “interesse especial” em 25 de fevereiro. 

Além da conexão com a frota de F-22 stealth, o Objective gateway irá também conectar muitas aeronaves que operam e data link na banda 16 pela rede de batalha.

Competição para caça multi-função indiano quer off-set


País oriental quer 50% do dinheiro gasto com a compra dos caças retornando com investimentos locais:

Concorrentes na competição para aquisição do caça de multi-função indiano foram submetidas as propostas de offset com participação no nível de montagem e tecnologia das aeronaves a serem compradas. A Boeing F/A-18E/F, Dassault Rafale, Eurofighter Typhoon, Lockheed Martin F-16, e a RSK MiG-35 e Saab Gripen fazem parte da concorrência acirrada. 

Com regras firmes de offset os contendores devem reinvestir 50% do valor do contrato na indústria do país asiático. Isso resultou em assinatura de acordos de intenções com os concorrentes e parceiros da Índia, com a intenção de ajudar e impulsionar a indústria local. A Boeing, por exemplo, alega que tem 37 parceiros locais como parte de um programa de participação industrial e acrescenta que a Índia terá um papel fundamental no crescimento mundial da empresa americana. 

A EADS reintera seu convite para que a Índia venha participar da parceria do programa Eurofighter, e insiste que em seus planos para “colaboração industrial pode ser decisivo para contribuir para mais planejamentos para o futuro com a indústria de defesa indiana.” A Lockheed quer montar quatro linhas de produção do F-16 fora dos Estados Unidos, e disse que “tem uma longa história de compromissos de entregas” e cooperações industriais e programas de offset. 

Alguns analistas dizem que o F-16 pode não ser escolhido pelo fato de seu rival o Paquistão também operar o caça americano. A Índia irá comprar 126 caças, sendo 18 unidades entregues pelo fabricante e 108 produzidos localmente pela Hindustan Aeronautics sob o programa de substituição dos MiG-21. A Índia planeja tomar sua decisão em 2010 e pretende começar a operar as primeiras unidades já em 2012. 


quinta-feira, 10 de julho de 2008

Fabricantes podem transferir tecnologia de caças ao Brasil










 BRASÍLIA (Reuters) - Fabricantes procuradas pela Força Aérea Brasileira no processo de compra de novos caças expressaram nesta quinta-feira que podem incluir a transferência de tecnologia em uma eventual venda ao governo brasileiro.

A FAB quer um caça multifuncional para substituir toda sua frota nos próximos 15 anos e, para isso, já lançou um processo para adquirir ao menos 36 aeronaves, segundo a assessoria de imprensa da Força Aérea.

O plano de troca de toda a frota pode elevar o número de pedidos para 100 aeronaves.

Os seis modelos escolhidos pela FAB para participarem do processo F-X2, e sobre os quais a Aeronáutica já pediu informações aos respectivos fabricantes, são o F-18 Super Hornet, da Boeing ; F-35 Lightning II, da Lockheed Martin; o Rafale, da Dassult ; o SU-35, da Sukhoi, o Gripen, da Saab ; e o Typhoon, da Eurofighter.

O governo busca, no entanto, um acordo que envolva um generoso pacote de transferência de tecnologia, que possivelmente inclua a montagem local dos caças, para ajudar o país a desenvolver sua própria indústria de aviação e a realização no Brasil da manutenção dos equipamentos.

"A transferência de tecnologia não é um problema. A Eurofighter tem um histórico de parceria com os seus clientes", disse Valério Bonelli, porta-voz da Alenia, uma das sócias do consórcio Eurofighter. A Boeing e a Lockheed também disseram que queriam apoiar o desenvolvimento da indústria local.

"O F-35 foi desenvolvido desde o início para ser um produto para exportação, e o programa tem sido muito inovador no reino da transferência de tecnologia", disse John Kent, um porta-voz da Lockheed Martin.

Entretanto, o governo norte-americano, que compraria as aeronaves da Boeing ou da Lockheed para revendê-las ao governo brasileiro, tem a última palavra na questão da transferência de tecnologia.

O Brasil vem liderando um processo para criar um Conselho de Defesa sul-americano para ajudar na coordenação das aquisições de armas. Embora muitos vizinhos tenham recentemente renovado suas frotas, alguns fabricantes ainda vêem a maior economia da América Latina como um possível centro de importância da defesa da região.

"O Brasil é um mercado emergente e uma base exportadora em potencial para nós", disse Damian Hills, porta-voz para a Boeing Integrated Defense Systems.

O Brasil atualmente já negocia uma aliança de defesa estratégica com a França, o que inclui a construção de um submarino nuclear no país. Fonte:Reuters

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Programa F-X2 Em vez de comprar, FAB vai construir caça

 Em parceria com alguma potência militar, Aeronáutica desenvolverá aparelho de quarta geração; decisão enterra projeto FX-2, herdado de FHC
Não é mais conversa de corredor de caserna. Na quinta-feira passada o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, assinou um documento simples, mas muito especial para a incipiente indústria de defesa do País. Na prática, o documento enterrou o Projeto FX-2, herdado do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), e deu o pontapé inicial para que o Brasil produza, em aliança com a indústria de uma potência militar e à custa de muita transferência de tecnologia, um caça de quarta geração para a Força Aérea Brasileira (FAB). Franceses, russos e indianos negociam freneticamente no bastidor, cada um com sua idéia de parceria, para fechar um acordo com o Brasil (leia abaixo).

Até meados de 2007, com um orçamento de US$ 2,2 bilhões, a Aeronáutica estava autorizada a tirar da gaveta, a partir de janeiro passado, a compra de 36 caças para conter a precariedade a que chegou a FAB, com 37% da frota de 719 aviões sem condições de voar - esse era o projeto FX-2, que ampliava a proposta original, do governo FHC, que previa gastos de US$ 700 milhões.

De janeiro para cá, com a avaliação dos produtos disponíveis e dos preços das propostas dos fornecedores internacionais - norte-americanos, franceses, suecos, ingleses, russos, alemães e espanhóis -, além da decisão de implantar uma política industrial de defesa, o governo evoluiu para o projeto de construir um caça sob encomenda e adaptado às necessidades da FAB. Os caças mortíferos de quarta e quinta gerações disponíveis no mercado têm uma combinação indigesta: barreiras para a transferência de tecnologia, preços estratosféricos e performance marcadamente de ataque - o que passaria uma mensagem de ameaça aos vizinhos sul-americanos se o Brasil tivesse dinheiro para comprar, por exemplo, o F-22/Raptor, um caça “made in USA” com preço unitário que, dependendo da tecnologia agregada, pode variar entre US$ 130 milhões e US$ 240 milhões.

Na avaliação da Defesa e do comando da Aeronáutica, os caças à venda de múltiplas funções - interceptação, defesa e ataque - têm preço aceitável e permitem uma aliança estratégica em matéria de transferência de tecnologia. “Nesse caso,em vez de comprar lá fora, decidimos gastar os US$ 2 bilhões do projeto FX-2 para revitalizar o que já temos e investir no projeto de construção de um caça brasileiro”, disse ao Estado o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

O primeiro movimento institucional, diante da nova diretriz do Ministério da Defesa, foi feito no início deste ano. A segunda decisão foi tomada na semana passada. “Em janeiro, a Aeronáutica baixou uma diretriz para o Estado-Maior pedindo uma análise dos passos a dar para conceber um caça de uma nova geração. Na quarta-feira, o Estado-Maior entregou o estudo, eu coloquei uns requisitos, e ontem (quinta-feira) assinei o documento”, relatou o brigadeiro Saito ao Estado, na sexta-feira. Segundo o comandante, “agora vai ser criada uma comissão especial para definir, ao longo de um ano de trabalho, o que seria um caça para a FAB, características, performance, armas etc”.

A meta é que por volta de 2016 o caça brasileiro comece a entrar em operação, desativando progressivamente os F-5 e os Mirage 2000 que têm vida útil até meados da próxima década.

Segundo Juniti Saito, toda a concepção da nova política vai ser amarrada no Plano Estratégico das Forças Armadas que será assinado no festivo Dia da Independência, 7 de Setembro. “Não vamos fazer nenhuma licitação, pois isso não tem sentido para quem quer ter uma política estratégica”, disse Saito.

Por enquanto, nem Jobim nem Saito falam na cifra a investir para ter o caça brasileiro. Mas, segundo especialistas, dependendo da ambição a alcançar em matéria de transferência e produção local de tecnologia, o projeto pode consumir entre US$ 20 bilhões e US$ 100 bilhões. “Seria muito prematuro dizer quanto nós vamos gastar”, disse o comandante. “Uma coisa é certa e óbvia, será um caça supersônico, mas é prematuro, também, falar em parceiro”, acrescentou.

ÁREA ESPACIAL

O projeto do caça brasileiro é uma das peças da política industrial de defesa que o ministro Nelson Jobim encampou. A área espacial deve ganhar, ainda neste semestre, um novo reforço. Sexta-feira passada, em Brasília, o diretor-geral da parte brasileira da binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral, anunciou que o conselho da empresa vai se reunir no dia 2 de junho, em Kiev, na Ucrânia, para avaliar o aumento de capital de US$ 105 milhões para US$ 375 milhões.

Esse reforço de capital é para acelerar o lançamento de cargas úteis (satélites) por meio do foguete Cyclone-4 a partir da base brasileira de Alcântara, no Maranhão. Mas a meta maior é construir e lançar o Cyclone-5, até meados de 2010, com a participação de técnicos brasileiros, além de transferir tecnologia ucraniana para o País.

BRASIL REABRE PROGRAMA “F-X2” (NOVO AVIÃO DE COMBATE)

A Aeronáutica emitiu, no início deste mês, o “Pedido de Informação” (RFI) para a aquisição de 36 caças, podendo chegar a 120 aviões até 2020. Os aviões substituirão na FAB os já muito antigos F-5 lançados no fim dos anos 60, os AM-X dos anos 80 e os Mirage 2000 também dos anos 80, recentemente comprados de segunda-mão pela FAB.

Cinco fabricantes receberam o pedido: Boeing-EUA (F/A-18E/F Super Hornet), Dassault-França (Rafale), Eurofighter–Inglaterra/Itália/Espanha/Alemanha (Typhoon), Saab-Suécia (Gripen NG-Next Generation) e a Sukhoi-Rússia (Su-35).

O complexo processo de seleção, negociação, decisão, aquisição, implantação ora iniciado, como é normal em todo o mundo, deverá durar muitos anos, muitos governos, até a sua concretização. O início das entregas, segundo o RFI, será em 2014, estendendo-se até após 2020.

Essa notícia saiu esta semana no semanário inglês “Flight International”, em reportagem de Craig Hoyle.

Alguns requisitos estabelecidos pelo Brasil:

--Avião básico já desenvolvido;
--Supersônico;
--Conexão eletrônica (data link);
--Multifunções;
--Mísseis “ar-ar” de curto e longo alcance;
--Licença de fabricação no Brasil da estrutura, dos equipamentos de bordo e dos motores.
--Contrapartida tecnológica/industrial/comercial para o Brasil no valor integral da aquisição (“offset de 100%”);

Transcrevo a notícia da “Flight International”:

“Brazil issues 120-aircraft request to five fighter manufacturers” (By Craig Hoyle)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

World Clock

terça-feira, 1 de abril de 2008

Porta-aviões são o símbolo do poderio militar dos EUA




da France Presse, em Washington

Os seis porta-aviões mobilizados pelo Pentágono para preparar o ataque ao Iraque são um símbolo da supremacia marítima dos Estados Unidos e de seu poderio militar ao nível global.

A Marinha norte-americana tem 12 porta-aviões em serviço. Deles, quatro estão em alto-mar de forma simultânea, dois no Pacífico e mais dois se movimentando nas águas do Mediterrâneo e do golfo Pérsico.

Os porta-aviões contam com uma tripulação própria de 5.000 efetivos que incluem dois pilotos e o pessoal encarregado da manutenção dos 75 aviões que transporta. 
Quando se desloca, cada um deles precisa ser escoltado por uma frota de mais de doze navios com uma tripulação total que oscila entre 12 mil e 15 mil homens, entre oficiais, aviadores, marinheiros e marines.

O porta-aviões nuclear USS Nimitz partiu a 3 de março dos Estados Unidos e espera-se que se reúna com os demais nas águas do golfo Pérsico em meados de março.

Está acompanhado pelo cruzador USS Princeton e pelo destróier USS Fitzgerald, pela fragata USS Rodney M. Davis, pelo navio logístico USS Bridge e pelo cruzador USS Chosin, precisaram oficiais militares.

O porta-aviões USS Abraham Lincoln, o USS Constellation e o USS Kitty Hawk já estão no golfo Pérsico, enquanto o USS Harry Truman e o USS Theodore Roosevelt estão no leste do Mediterrâneo.

Em geral, um grupo de batalha aeronaval consiste em dois cruzadores, três ou quatro destróiers, dois submarinos de ataque e vários navios logísticos.

Alguns incluem também três navios de guerra anfíbios e um contingente de 2. 200 marines.

A frota aérea que transporta é integrada por esquadrões de F/A-18 Hornet, F-14 Tomcat e aparelhos EA-6B de interferência eletrônica.

A maior parte dos cruzadores e destróiers está equipada com sistemas de defesa aérea Aegis, que lhes permite perseguir e destruir mais de cem alvos aéreos de forma simultânea.

O sistema de defesa aérea também pode disparar mísseis de cruzeiro Tomahawk contra objetivos fixos situados a centenas de quilômetros de distância.

As fragatas contam com mísseis guiados para combater submarinos e estão equipadas com mísseis Standard solo-ar e de tipo Harpoon antinavios (mar-mar).

A missão dos submarinos de ataque consiste em vigiar a presença de outros submarinos, mas também pode lançar mísseis Tomahawk e transportar forças especiais.

17.000 milhões de Euros compram novos aviões tanques



A-330 substituirá antigos VC-10 e Tristar da Royal Air Force
28.03.2008


O contrato para a utilização de aeronaves de transporte de combustível para a força aérea da Grã Bretanha foi assinado nesta Quinta-feira, entre as autoridades britânicas e um consórcio europeu do qual a EADS, é o maior accionista chamado Air Tankers Plc
A Air Tankers, será controlada em mais de 50% por capitais britânicos e deverá operar as aeronaves, prestando os serviços de transporte de pessoal e de reabastecimento aéreo à Royal Air Force. Os aviões serão pintados nas cores militares britânicas.

O contrato, tem uma duração de 27 anos e prevê que a Air Tanker coloque à disposição da Royal Air Force um total de 14 aeronaves A-330-200 adaptadas para o transporte de combustível e reabastecimento em voo.

VC-10 e Tristar: As aeronaves que deverão ser substituidas pelos novos A-330

As aeronaves terão capacidade para reconversão rápida, com a remoção de tanques de combustível que podem ser substituídos por cabines de passageiros, permitindo o transporte de tropas e armamento ligeiro.

A capacidade de transporte do A-330, 111 toneladas, é superior à dos VC-10 que era de 80 toneladas, mas é inferior às 136 toneladas que podem ser transportadas por cada um dos nove Lockeed Tristar da RAF.

Comparativamente com os aviões que vai substituir, o A-330 consegue reabastecer mais rapidamente outras aeronaves, tornando as operações de reabastecimento em voo mais rápidas, o que só por si poupa tempo e permite reduzir o custo de combustível com a operação de reabastecimento.

A EADS torna-se com este negócio o maior fornecedor da força aérea do Reino Unido. O consórcio europeu também deverá fornecer à Royal Air Force o futuro avião de transporte Airbus A-400M, 25 dos quais foram encomendados pelos britânicos.
Por Area Militar

Mirage X Sea Harrier



Como prometido aqui vai uma pequena análise do primeiro combate aéreo com baixas nos céus frios do Atlântico Sul, quando os Mirages III argentinos encontraram os Sea Harriers britânicos na tarde do dia 1 de Maio de 1982. Como é que dois Mirages supersónicos foram abatidos por dois Sea Harriers subsónicos? É uma história que vale a pena recordar dividindo a análise por 5 itens.

Desempenho

Embora os Mirages fossem muito mais rápidos que os Sea Harrier, a verdade é que essa vantagem era apenas significativa a grandes altitudes (10 500 metros) e não em altitudes mais baixas, onde o combate foi travado. Nos primeiros encontros entre Mirages e Sea Harriers que ocorreram naquele dia, os Mirages mantiveram-se a grande altitude, a ver se pegavam aí os Harriers, mas estes não subiram para os interceptar e nada de especial aconteceu. Mas quando o encontro foi entre os Harrier de Paul Barton e Steve Thomas e os Mirages de Garcia e Perona, a situação mudou e os Mirages desceram para os 3300-3400 metros, onde tinham os Harriers à espera. A esta altitude, os Mirages ficaram limitados no seu desempenho. Além disso, devido à viagem de ida e volta às Malvinas, tinham que levar consigo tanques de 1700 litros de combustível sob as asas cujo arrasto diminuía ainda mais o desempenho dos Mirages a baixa altitude e os impedia de desenvolver velocidades supersónicas. Os Harrier também levavam tanques de 455 litros, que limitavam a sua velocidade máxima e capacidade de manobra, mas como eram aparelhos subsónicos não sofriam tanto com esse tipo de limitação como os Mirage. Além disso, o Harrier tinha uma alta relação de empuxo/peso devido à sua capacidade de deslocar verticalmente, o que tornava mais ágil que o Mirage. Podia também usar o VIFFing (Vectoring in Foward Flight) que lhe permitia vectorizar o voo para a frente. No entanto, este sistema não foi usado pelos Harrier.

Armamento

O armamento dos Harrier era dois canhões de 30 mm e dois AIM-9L. Os Mirages também tinham dois canhões de 30 mm e dois Matra R.550, além de um Matra R.530 de médio alcance sob a linha central da fuselagem. Naquele dia, os pilotos argentinos já tinham usado o R.530 contra dois Harriers, mas sem sucesso, pois tentavam apanhar os Harrier à distância. O mesmo aconteceu neste confronto em que os dois Mirage tentaram apanhar o avião de Thomas (que os abordava pela frente) disparando os seus R.530, que passaram ao lado do Harrier sem grandes consequências. No entanto, o AIM-9L era um míssil superior em relação a qualquer um dos Matra. Podia ser disparado em qualquer posição de ataque e tinha uma taxa de acerto muito superior (70% no caso da guerra das Malvinas). Embora tenha sido usado com o avião atacante localizado na parte de trás do aparelho-alvo, a verdade é que teve sucesso e conseguiu abater um dos Mirages e causar sérios danos ao outro.

Treinamento

Talvez o factor chave neste confronto e noutros que se seguiram. Os pilotos britânicos tinham obviamente um treinamento superior ao dos argentinos, o que lhes permitia tirar um melhor rendimento dos seus aviões. Neste confronto, o primeiro erro começa logo no tipo de formação que os argentinos apresentavam. Os Mirages viajavam praticamente colados um ao outro, num tipo de formação que não lhes trazia qualquer tipo de vantagem táctica e que os impossibilitava de exercer uma vigilância em redor da formação. O líder da dupla (o nº 1) era o capitão Garcia Cuerva e o nº 2 era o tenente Carlos Perona, um piloto inexperiente, totalmente dependente do seu líder. Os britânicos usavam um tipo de formação defensiva em que cada um dos aviões voava a 1,5 km do outro permitindo uma cobertura da chamada “zona cega” (atrás e debaixo do avião) do companheiro. Quando detectaram os argentinos naquele tipo de formação, os britânicos pensaram que os dois Mirages estavam a coordenar um ataque combinado com dois outros caças para num movimento em pinça atacarem os Harrier pelos quadrantes laterais. Mas quando perceberam que não era nada disso que estava em jogo concluíram que os argentinos não sabiam mesmo o que estavam a fazer. Portanto, os pilotos argentinos apesar de corajosos não tinham o treinamento nem a experiência dos britânicos habituados a padrões NATO e, por isso, muito melhores em manobras de combate.

Apoio externo

Os britânicos tinham para as suas intercepções a ajuda dos navios da força-tarefa capazes de os guiar até aos seus alvos. Os argentinos operavam longe da base e contavam apenas com os aviónicos dos seus aviões, que eram inferiores aos dos britânicos. Neste combate, os Harrier foram guiados pelo HMS Glamorgan, que os avisou da presença dos Mirage. Thomas foi o primeiro a detectá-los pelo radar dos Harrier e deu as coordenadas a Barton para começar a intercepção.


Consciência Situacional (SA)

Os aviónicos, a falta de apoio externo e o treinamento dos pilotos argentinos foram factores importantes na SA deste combate e de outros que se seguiram. Os dois pilotos argentinos apenas se aperceberam do Harrier de Thomas que se dirigia para eles. Enquanto isso Barton acelerava pela direita para se colocar atrás dos aviões inimigos, deixando Thomas ir ao encontro dos alvos. Depois do desvio à direita, Barton vira à esquerda para ficar atrás dos Mirage e enquanto fazia a curva para os apanhar apercebe-se que o nº 2 podia ser atingido e dispara os canhões, mas sem grande resultado. No entanto, os dois Mirages continuaram em direcção a Thomas sem se aperceberem de nada. Só quando Perona foi atingido pelo Sidewinder lançado pelo Harrier de Barton, é que os dois pilotos argentinos se aperceberam que tinham alguém atrás deles. Só aí é que Garcia percebeu a gravidade da situação e tentou fugir para as nuvens para evitar os Harrier. Mas Thomas foi atrás dele e antes que ele sumisse nas nuvens lançou-lhe um Sidewinder, que deve ter explodido muito perto do Mirage causando-lhe sérios danos. Com o avião danificado e a perder combustível, Garcia tentou aterrar em Port Stanley. Depois de passar sobre a cidade ejectou os tanques para tentar aliviar o peso do Mirage, mas os artilheiros antiaéreos pensaram que os tanques eram bombas inimigas e abateram o Mirage matando Cuerva.

E foi assim que os Sea Harrier começaram a impor o seu domínio nos céus do Atlântico.
By José Matos

O Programa FX e a Força Aérea que pretendemos para o século XXI

Por interessar-me pelos assuntos ligados à área militar desde a adolescência e mais recentemente pela aviação de combate em particular, é para mim muito gratificante poder acompanhar, passo a passo, a concorrência que a FAB abriu em 1º de agosto passado, para a escolha do futuro caça de superioridade aérea, que substituirá os Mirage III, na Base Aérea de Anápolis(GO) e a médio prazo os F-5 Tiger II, das Bases de Santa Cruz(RJ) e Canoas(RS). Digo isto porque a última renovação dos meios aéreos da FAB ocorreu no início dos anos 70 e nesta época não tinha idade suficiente (é verdade!) para entender o fato. O Programa FX, apesar de ser o mais importante não é o único, estando inserido no Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro-PFCAB, que engloba verbas em torno de US$ 3,3 bilhões em oito anos, para o reaparelhamento da FAB, contemplando a modernização dos caças leves A-1 (AMX) e dos F-5 Tiger, a substituição dos aviões médios de transporte Búfalos C-115 e complementação da dotação dos Hércules C-130 (programa CX), a compra e atualização dos sistemas dos aviões de patrulha P-3 Orion (programa PX) e a compra dos Super Tucanos (ALX) a serem usados no apoio armado ao Sistema de Vigilância da Amazônia-SIVAM. Como vemos, trata-se de uma verdadeira "revolução" e um "up grade" tecnológico para nossa Força Aérea.


 Os fabricantes interessados no FX entregaram suas propostas em 16 de outubro e são cinco ao todo: Embraer/Dassault com uma versão nacional do Mirage 2000-5 Mk2, as russas Rac-MIG com o Mig-29 e a Knaapo com o SU-27, o consórcio sueco-britânico Saab/Bae Systems com o JAS-39 Gripen e a americana Lockheed Martin com o F-16 C Block 52. A FAB pretende adquirir de 12 a 24 caças, no valor total de US$ 700 milhões e o vencedor terá que repassar a tecnologia de fabricação e acesso a todos os softwares da aeronave. No dia 7 de dezembro a FAB anunciou que todos os concorrentes estão aptos a participarem da segunda fase, até março de 2002, onde serão detalhados os itens técnicos e comerciais de cada uma das propostas. Assim espera-se que em abril de 2002, o Presidente da República e o Conselho de Defesa Nacional anunciem o vencedor, para assinatura do contrato de aquisição em junho do mesmo ano e as entregas a partir de 2004.


 A FAB tem conduzido o processo de forma exemplar e transparente, mas as pressões políticas e econômicas são grandes. Temo que ao final, ao invés de escolhermos o equipamento que melhor se enquadra nos requisitos da Aeronáutica, optemos por um que agrade a este ou aquele governo (americano, sueco, britânico, russo ou francês) ou a este ou aquele fabricante, mesmo que seja um avião ultrapassado ou inadequado para operar em território nacional. Não podemos aceitar ingerências estranhas neste processo porque não se brinca com a defesa de um país, nem tão pouco com as vidas de nossos pilotos que dependerão desses aviões para enfrentar as ameaças que atentem contra nossa soberania. Somos uma nação pacífica e sem inimigos potenciais, mas temos riquezas minerais em abundância, a maior reserva de água potável do planeta e a exuberância da fauna e da flora da Amazônia. Isto gera a cobiça num mundo onde estes recursos estão se exaurindo rapidamente e devemos estar preparados para defendê-los. Portanto, espero que prevaleça o bom senso e a aeronave vencedora sirva como um patamar para que no futuro possamos ter um caça genuinamente brasileiro.


O Programa FX e a Força Aérea que pretendemos para o século XXI


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Mirage 2000-5 Mk2JAS-39 Gripen

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SU-35 FlankerF-16 C Falcon


Breve Historia do Brasil na Aquisição dos Novos aviões da FAB

Notícias:

01/08/2001 - O Comando da Aeronáutica apresenta o pedido de oferta (request of proposal) para o FX a diversos fornecedores de aeronaves de vários países. Além dos aspectos técnicos, logistícos e comerciais, as empresas deverão apresentar propostas de compensação comercial (offset).

03/08/2001 - Sete empresas se apresentam para retirar o edital da concorrência: a brasileira Embraer associada à francesa Dassault (Mirage 2000-5 Mk2), a italiana Alenia Aerospazio (Eurofighter 2000), as americanas Boeing (F-18E Hornet) e Lockheed Martin (F-16C Falcon), as russas RAC-MIG (Mig 29) e Rosoboronexport (Sukhoi SU-27/SU-35), e o consórcio anglo-sueco SAAB BAE Systems (JAS-39 Gripen).

06/09/2001 - O Projeto FX ganha espaço na mídia e as empresas concorrentes começam a montar seus lobbys em Brasília, para tentar influir no processo, iniciando uma fase de intrigas, pressões e até espionagem.

18/09/2001 - A Boeing Company se retira da disputa, anunciando que o modelo F-18E Hornet não possui preço compatível com o orçamento da FAB. Pelos mesmos motivos a Alenia também abandona a concorrência.

12/12/2001 - A Força Aérea anuncia que a primeira fase do processo de seleção foi concluída no dia 07/12, sem a eliminação de quaisquer propostas e que a decisão final deverá ser no primeiro semestre de 2002.

16/01/2002 - A brasileira Avibrás assinou acordo com o consórcio russo Rosoboronexport, prevendo a futura fabricação do caça Sukhoi SU-35 no Brasil, caso seja o vencedor, e cooperação em outras áreas de interesse militar.

23/02/2002 - O consórcio anglo-sueco SAAB-BAE prometeu ao governo brasileiro a instalação de uma fábrica de componentes e peças para aviões, num investimento de US$ 30 milhões, se o JAS-39 Gripen for escolhido como o vencedor.

04/04/2002 - A Embraer anuncia no Chile, durante a FIDAE, a formação do "Consórcio Mirage 2000 BR" numa parceria estratégica com suas sócias francesas Dassault Aviation, Snecma Moteurs e Thales Airbone Systems. Será desenvolvida uma versão específica para o Brasil, com a montagem, integração e testes finais da aeronave serão feitas na fábrica da empresa em Gavião Peixoto(SP).

22/04/2002 - Inicia-se a última fase do Projeto FX, com testes em vôo por pilotos da FAB e visitas técnicas de especialistas do Comando da Aeronáutica às instalações dos cinco fabricantes dos caças que disputam o processo.

20/05/2002 - Termina o prazo para que os consórcios entreguem suas propostas finais, revisadas e com novas ofertas, ao Comando da Aeronáutica. Os franceses, russos e suecos (estes com algumas limitações) admitem a transferência de tecnologias e softwares de suas aeronaves, além de compensações em outras áreas, mas os americanos concordam apenas em autorizar a venda de mísseis BVR e aviônicos avançados, porém sem acesso à tecnologia.

12/06/2002 - A reunião do Conselho de Defesa Nacional para decidir o vencedor é adiada e a Comissão de Licitação exige maior detalhamento das ofertas, principalmente no que diz respeito ao offset.

21/08/2002 - O processo de escolha do FX entra em compasso de espera, aguardando uma definição das eleições presidenciais em outubro, as pressões aumentam para que a escolha seja feita pelo novo presidente.

01/11/2002 - O presidente Fernando Henrique, em meio a pressões políticas e diplomáticas, se exime da responsabilidade de conduzir a escolha do novo caça FX, anunciando que a definição será feita pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, assim que empossado, em janeiro de 2003.

03/01/2003 - O ministro da Defesa, José Viegas Filho anuncia oficialmente o adiamento da licitação do caça FX, em até um ano, para uma apreciação mais detalhada do novo governo e a concentração dos poucos recursos disponíveis na área social.

01/10/2003 - A Força Aérea Brasileira recebe autorização para dar prosseguimento ao processo de licitação para os novos caças de superioridade aérea, convidando as empresas concorrentes para uma reunião de orientação e atualização, quando receberão instruções relativas aos procedimentos que irão regular essa nova fase.

03/11/2003 - Os fabricantes preparam as propostas finais, atualizando-as sob os aspectos técnico, comercial, industrial, de compensação e de logística, para serem entregues à Comissão de Licitação no dia 11 de novembro, em reunião no CTA, em São José dos Campos(SP).

10/11/2003 - Após uma semana de reuniões individuais com os fabricantes, realizadas de 03 a 07/11 no CTA, para as ponderações finais de cada um e os ajustes necessários em suas propostas, as mesmas foram entregues nesta data à Comissão de Licitação. O Comando da Aeronáutica pretende encaminhar o parecer técnico ao Conselho de Defesa Nacional, para a escolha do vencedor, até o próximo dia 15 de dezembro.

05/12/2003 - O ministro da Defesa, José Viegas, anuncia a formação de um grupo de trabalho para analisar detalhadamente cada uma das propostas apresentadas, item por item inclusive nas questões que envolvam off set, para que quaisquer dúvidas dos membros do Conselho de Defesa Nacional no dia da reunião para a escolha do caça FX possam ser esclarecidas devidamente.

09/12/2003 - Se não ocorrerem novos adiamentos, a reunião do Conselho deverá ser marcada para a primeira quinzena de janeiro de 2004, quando finalmente teremos o nome do tão aguardado novo caça de superioridade aérea da FAB.

23/12/2003 - Governo determina a criação de Comissão Especial para assessoramento ao Conselho de Defesa Nacional (CDN), no processo do Projeto FX. Com representantes de vários ministérios e dos três comandos militares, a equipe terá 30 dias para emitir parecer sobre todos os aspectos da licitação (estratégico, comercial, geração de empregos, transferência de tecnologia, industrial, etc). O prazo para a conclusão dos trabalhos poderá ser prorrogado, por igual período, se necessário.

09/01/2004 - Como terá que aguardar o parecer da Comissão, provavelmente o resultado da licitação só será conhecido no final do primeiro trimestre deste ano, aumentando ainda mais a expectativa de todos que acompanham de fora ou estão envolvidos diretamente com o processo.

Mig 2902/02/2004 - A empresa russa RAC-MIG envia nota à imprensa reafirmando que continua na disputa pelo contrato dos caças da FAB, ao contrário do que vinha sendo noticiado, com a aeronave Mig 29-M (MRCA - Multi Role Combat Aircraft) que traz inúmeros avanços tecnológicos em relação às versões anteriores.


09/02/2004 
- O Ministro da Defesa, José Viegas, afirma que a participação da indústria aeronáutica brasileira está garantida, seja qual for o vencedor da concorrência do FX-BR. A transferência de tecnologia para o setor beneficiará empresas como a Embraer e Avibrás e centros de pesquisa como o CTA e INPE, com reflexos positivos também para o programa espacial brasileiro.

12/02/2004 - Nos últimos dias parece ter crescido o favoritismo da Sukhoi, com seu caça SU-35, levando-se em consideração alguns comentários em "off" de autoridades civis e militares. Além das excelentes qualidades técnicas do modelo, os russos estariam oferecendo um pacote completo, com total e irrestrita transferência de tecnologia, contrapartidas comerciais e parcerias nas áreas petrolífera e aeroespacial.

05/03/2004 - A Comissão Especial criada em dezembro de 2003 para assessorar o CDN, realizou duas reuniões e praticamente já tem pronto o parecer sobre cada uma das propostas, que tornará mais fácil para os membros do Conselho entenderem os termos técnicos usados pelos fabricantes e as perspectivas reais de transferência de tecnologia.

08/03/2004 - O Ministro José Viegas acredita que não haverá necessidade de novos adiamentos para a decisão sobre o novo caça da FAB, dependendo agora somente da disponibilidade na agenda dos membros do Conselho de Defesa Nacional para que a reunião seja marcada, devendo ocorrer no final de março ou início de abril.

15/03/2004 - O governo sueco quer financiar a venda de caças ao Brasil, com quatro anos de carência e mais quinze anos para pagar. A SAAB e a BAE Systems estão dispostas a transferir toda tecnologia do Gripen, inclusive os códigos-fonte dos softwares de seus sistemas.

Mirage 2000C17/03/2004 - A Embraer garante o uso do míssil MICA pelo Mirage 2000BR, do radar RDY-2 que poderá receber componentes do radar Detexis-RBE/2 do caça Rafale, com transferência de 100% das tecnologias envolvidas.


20/03/2004 
- Os russos também prometem transferir todas as informações de projeto, de sistemas e do conjunto de armas aos parceiros nacionais, conforme definido no edital da FAB.

25/03/2004 - O relatório da Comissão Especial que explicita as propostas de cada consórcio é entregue ao Gabinete de Segurança Institucional, para que seja apreciado pelo Presidente Lula, antes de levá-lo ao Conselho de Defesa Nacional (CDN).

26/03/2004 - O Ministro da Defesa José Viegas vai se reunir nos próximos dias com o presidente Lula, para definir uma agenda que viabilize a convocação imediata do (CDN), de preferência dentro do mês de abril. A decisão do CDN será baseada no relatório técnico da FAB, que também emitiu parecer sobre as propostas de offset. Reafirmou que as empresas brasileiras terão participação elevada na negociação dos contratos específicos, após a escolha do vencedor.

26/03/2004 - O Conselho de Defesa Nacional (CDN) é composto pelos seguintes membros: Presidente da República, Vice-Presidente, Ministro da Defesa, presidentes da Câmara e do Senado, pelos três Comandantes militares e pelos Ministros da Justiça, Relações Exteriores e do Planejamento.

05/04/2004 - Em Brasília circulou a notícia de que o Presidente Lula poderia adiar mais uma vez ou mesmo cancelar definitivamente o Projeto FX, devido ao ambiente político desfavorável ao seu governo, que tornaria díficil justificar um investimento de US$ 700 milhões em equipamentos de defesa, principalmente se o vencedor não for a Embraer. O Ministro da Defesa José Viegas não acredita em novo adiamento e ressalta a urgência da substituição de diversos meios aéreos da FAB.

07/04/2004 - A FAB estuda uma alternativa ao possível adiamento da decisão do FX: planeja revisar os motores dos veteranos Mirage IIIE BR, a um custo unitário de US$ 800 mil, para que possam continuar operando pelo menos por mais quatro anos, até a chegada dos novos caças. O problema é que a aviônica e o radar de nossos Mirage IIIE BRestão totalmente obsoletos e assim continuariam, prejudicando ainda mais a efetividade da defesa aérea do país.

F-16C Fightning Falcon07/04/2004 - Se inviabilizada a revisão total dos motores dos Mirage IIIE BR, entre as possibilidades de compra de aviões usados, com poucas horas de uso, a FAB poderia analisar propostas de fornecimento de F-16 A/B modernizados (MLU), da Holanda ou Bélgica; Mirage 2000 dos Emirados Árabes Unidos; ou F-16 ex-paquistaneses, hoje operando no esquadrão "Agressor" da US Navy.

30/04/2004 - Chegamos ao final do mês de abril sem que o Conselho de Defesa Nacional tivesse se reunido para decidir sobre os novos caças da FAB, contrariando expectativas do Ministério da Defesa e dos militares, principalmemente da Aeronáutica.

08/05/2004 - Grandes jornais do Rio e de São Paulo noticiam o provável adiamento, pela terceira vez, da compra dos novos caças do Projeto FX. O governo já teria tomado esta decisão e aguarda um momento ideal para divulgá-la. Assim se evitaria um desgaste político ainda maior, uma vez que o governo vem sendo acusado de gastar demais com aviões, o Airbus da presidência acrescido dos supersônicos da FAB, mas alega não ter dinheiro para investimentos no país nem para o aumento do soldo dos militares. Depois, segundo algumas fontes, evitaria anunciar um vencedor que não seria a Embraer, uma empresa brasileira que é a terceira maior exportadora, notícia que certamente seria mal interpretada pela maioria da sociedade.

21/05/2004 - Apesar dos boatos sobre novo adiamento ou cancelamento da licitação, o Ministro da Defesa José Viegas tinha agendada uma reunião dia 19/05 com o presidente Lula para tratar, entre outros assuntos, da possível convocação do Conselho de Defesa Nacional, mas devido a viagem do presidente à China de 23 a 27 de maio, o encontro acabou não ocorrendo e a definição sobre o Projeto FX deverá ficar para o próximo mês de junho.

18/06/2004 - Segundo fontes do governo, o Ministro da Defesa José Viegas estaria desprestigiado junto ao presidente Lula, por ter tentado favorecer os russos na disputa do FX e por tomar algumas decisões equivocadas no âmbito de seu ministério. Já se fala até em uma possível substituição do ministro, que ocorreria depois das eleições de outubro.

20/06/2004 - Na Aeronáutica já há um consenso de que qualquer decisão sobre os novos caças da FAB só sairá após a definição de um novo ministro da Defesa, pois José Viegas não conta nem mais com o apoio dos Comandantes militares, além de ter perdido a administração das verbas do Sivam e a coordenação do Projeto FX.

15/07/2004 - Os rumores sobre a saída do ministro José Viegas arrefeceram e ele permanece no cargo, com um pouco mais de prestígio com os militares depois de anunciar um aumento nos soldos e a liberação de uma verba extra no orçamento da União de R$ 900 milhões para investimento nas três Armas. Mas apesar de uma definição sobre outro programa da FAB, a modernização dos AMX / A-1, a decisão sobre o projeto FX continua em compasso de espera.

02/08/2004 - O presidente Lula estaria indeciso entre cancelar a licitação do FX e a subseqüente aquisição ou leasing de caças usados, a um custo bem menor ou convocar o Conselho de Defesa Nacional para declarar o vencedor antes das eleições de outubro, que segundo alguns seria a Embraer, o que traria dividendos políticos para o presidente e seu partido por ser uma empresa nacional e que poderia gerar novos empregos no país.

09/08/2004 - A vitória do consórcio liderado pela Lockheed Martin, do qual a Embraer é integrante como fornecedora da plataforma ERJ-145, na concorrência do Pentágono para o ACS (Aerial Common Sensor) que irá fornecer aeronaves de vigilância e inteligência para o Exército e para a Marinha dos Estados Unidos, reforçou ainda mais a posição da empresa brasileira no Projeto FX, onde oferece à FAB o Mirage 2000 BR.

16/08/2004 - Pelo sim pelo não, oficiais da Aeronáutica já estudam uma alternativa ao Projeto FX, chamado entre eles de Projeto FX-B, que prevê a compra ou leasing de caças usados, mas em perfeitas condições operacionais, pois mesmo que se decida pela compra de caças novos estes serão entregues em um prazo de dois a três anos e os Mirage III-BR precisarão ser substituídos a partir de janeiro de 2005.

28/09/2004 - Durante todo o mês de setembro, pouco se falou ou se escreveu nos principais meios jornalísticos do país sobre a concorrência do FX-BR. O governo, propositadamente, deixou o debate arrefecer devido à proximidade das eleições municipais, que desaconselhavam qualquer indicação de gastos excessivos em uma área pouco compreendida pela sociedade, como a área militar. Isto só demonstra a miopia com que se encara o problema da Defesa Nacional.

Sukhoi SU-3515/10/2004 - Após a visita do vice-presidente José Alencar a Moscou, onde manteve encontros com diversas autoridades, inclusive com o primeiro-ministro russo Vladimir Putin, o secretário executivo adjunto do Ministério da Ciência e Tecnologia concedeu uma polêmica entrevista onde defendeu a aquisição dos aviões Sukhoi SU-35 para a FAB, pois segundo ele seriam os melhores caças da atualidade. Naturalmente os concorrentes protestaram e o secretário se retratou, alegando que suas palavras foram mal interpretadas pelo jornal.

20/10/2004 - Em um novo lance no xadrez do FX-BR, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin anunciou que irá propor ao governo brasileiro, quando de sua visita oficial ao Brasil em novembro próximo, a aquisição de 50 aeronaves comerciais EMB-170/190 da Embraer para a companhia russa Aeroflot em troca da compra de 12 aeronaves SU-35 para a Força Aérea Brasileira.

02/11/2004 - O ministro da Defesa José Viegas pede demissão do cargo, devido a desentendimentos com o Comandante do Exército, e para o seu lugar o presidente Lula nomeia o vice-presidente José Alencar, em uma atitude inédita na história do Brasil, mas que demonstra o prestígio dos militares junto ao governo.

08/11/2004 - Toma posse o novo ministro da Defesa, o vice-presidente José Alencar. Analistas de assuntos militares acreditam que este fato possa favorecer o caça russo SU-35 na concorrência do FX, uma vez que quinze dias antes o novo ministro, em visita oficial à Rússia, esteve na fábrica da Sukhoi onde conheceu a linha de montagem e assistiu demonstração do caça.

22/11/2004 - Durante a visita oficial do primeiro-ministro russo Vladimir Putin à Brasília, o ministro da Defesa José Alencar anunciou que o Programa FX deverá ser adiado mais uma vez, provavelmente por três ou quatro anos, mas quem dará a palavra final será o presidente Lula. Segundo o ministro, a tecnologia aeronáutica evolui rapidamente e o país poderia correr o risco de escolher uma aeronave que se tornaria obsoleta em pouco tempo.

23/11/2004 - A realidade é que infelizmente há pouco interesse sobre o assunto dentro do governo, a despeito da extrema urgência de se substituir os veteranos Mirage III da FAB. Independente do que venha a ocorrer nos próximos meses, fatalmente deverá ser colocado em ação um plano alternativo, para a compra de caças de segunda mão pois os Mirage serão retirados do serviço operacional em 31 de dezembro de 2005. Ou não teremos como defender a soberania de nosso espaço aéreo. Lamentável.

20/01/2005 - Após longo silêncio das autoridades e dos fabricantes envolvidos na licitação, surge a notícia de que o governo americano estaria oferecendo ao Brasil a possibilidade de adquirir caças F-16A usados, com uma modernização de meia-vida (MLU), que os deixaria com a configuração de um F-16 Block 50, podendo até ser criada uma linha de montagem no país em associação com alguma empresa nacional, porém permanecendo as restrições quanto aos mísseis BVR e aos códigos-fonte.

Eurofighter Typhoon19/02/2005 - Reportagem em revista semanal cita o fato dos americanos estarem preocupados com a perda gradual do mercado militar brasileiro e estariam montando uma estratégia para que seus caças sejam os escolhidos pela FAB, mas se negam a transferir tecnologia nos termos do offset e a entregar mísseis de última geração integrados à aeronave. Na mesma reportagem fala-se numa possível oferta por parte da Embraer e da Dassault, dos novos caças Rafale, agora com um preço por unidade mais acessível. Volta a se falar também no Eurofighter Typhoon e no F-35 JSF como possibilidades para o futuro.

24/02/2005 - Agora é oficial. A FAB encaminhou nesta data, carta a todas as empresas envolvidas no Projeto FX indicando que o processo de seleção foi encerrado e que sua participação terminou com a entrega do relatório técnico no ano passado. A percepção geral é de que o governo não desistiu da compra, mas irá adquirir os caças sem licitação, valendo-se de um dispositivo da legislação que permite compras diretas em casos de interesse para a segurança nacional.

03/03/2005 - A Força Aérea Brasileira trabalha em plano alternativo para a premente substituição dos Mirage III-BR no fim deste ano. Há opções de compra de aviões usados ou leasing, entre elas a dos Kfir C-10 israelenses, os Atlas-Cheetas sul-africanos, ambos caças desatualizados, os Sukhoi SU-27 da reserva russa, os Mirage 2000-5 franceses ou dos Emirados Árabes, e os F-16A holandeses ou americanos. Não há consenso entre os técnicos da Aeronáutica sobre qual destas seria a melhor solução.

07/03/2005 - Segundo especialistas do setor aeronáutico, qualquer que seja a escolha ela será apenas paliativa, somente cobrindo o período entre a escolha de um novo e moderno caça de superioridade aérea e a sua efetiva entrega, o que normalmente leva cerca de quatro anos. A FAB sonha agora com o F-35 Joint Strike Fighter, o Eurofighter Typhoon e o Rafale. Este último parece ser o preferido, não só por suas excelentes qualidades técnicas mas também por ser fabricado pela francesa Dassault, sócia da brasileira Embraer. Aguarde-se uma queda no seu preço dos atuais US$ 80 milhões para cerca de US$ 50 milhões por unidade.

19/03/2005 - De concreto mesmo surge a notícia nos corredores do Ministério da Defesa, da provável decisão de se utilizar entre 12 e 16 unidades dos F-5E Tiger do inventário da FAB, após o processo de modernização pelo qual estão passando na Embraer, para prover a defesa aérea do país em substituição aos Mirage III, até que seja processada a solução definitiva. Os novos Tiger, agora denominados F-5 BR, com seu novo radar multi-modo, modernos aviônicos e a possibilidade de utilizar armas inteligentes, seria uma escolha econômica e lógica, não ficando a dever em nada aos caças usados oferecidos ao Brasil.

29/04/2005 - Nos bastidores da quinta edição da Latin America Aero & Defence - LAAD 05, no Rio de Janeiro, circularam informações, não confirmadas oficialmente, sobre ofertas de caças usados por parte da França que cederia 12 Mirages 2000C, da Rússia que estaria disponibilizando caças SU-27 SKM ao invés do SU-35, dos suecos que propuseram o leasing de 12 a 24 aeronaves novas JAS-39 Gripen, todas como solução interina para suprir a retirada dos Mirage III ao final deste ano.

13/05/2005 - Ganha força a proposta de governo a governo feita pela França de venda de 12 Mirage 2000-5 da Força Aérea Francesa, em bom estado de conservação e entregues à FAB após revisão da estrutura e dos sistemas, por apenas US$ 60 milhões o lote. Além do custo baixo, que seria coberto com as despesas de manutenção dos atuais Mirage III, a FAB estaria operando caças relativamente modernos e vistos como sucessores naturais de seu irmão mais velho. O governo francês vislumbra uma possível participação do Brasil no programa do Rafale num futuro próximo, através da Embraer/Dassault, podendo ceder mais adiante um novo lote de Mirage 2000-5. Especula-se que o anúncio da aquisição seria feito nos próximos dias.

Mirage 2000C08/06/2005 - Importante - O governo brasileiro confirmou a aquisição de um lote de 12 caças Mirage 2000C usados, pertencentes à Força Aérea Francesa, por US$ 57 milhões. Equipados com o radar RDI (alcance de 100 km), os modelos da versão "C" operam como interceptadores, estando aptos a usarem mísseis ar-ar Matra Magic 2 (curto alcance) e Matra Super 530 (médio alcance), mas têm limitações no emprego para ataque ar-solo. Já estão sendo revisados para que possam ser entregues à FAB até dezembro deste ano, ficando baseados em Anapólis onde utilizarão a mesma logística dos atuais Mirage III BR, que irão substituir. O anúncio oficial será feito no dia 14 de julho em Paris, quando o presidente Lula participará das festividades pelo dia nacional da França. 
Nota do Military Power Review - Não é o que a Força Aérea queria, nem o que um país como o nosso mereceria, mas é o que se pode conseguir com o orçamento atual, conjugado com o total desinteresse do governo por uma política de Defesa Nacional. Restam algumas questões a serem respondidas: 1) O Projeto FX está encerrado em definitivo ou será reaberto no médio prazo com novos requisitos?; 2) O Brasil participará de algum projeto internacional de caça (Joint Strike Fighter, Eurofighter ou Rafale) visando sua produção ou aquisição no futuro?; 3) Dentro de alguns anos escolherá um caça novo, sem licitação, e fará a aquisição direta? 4) Desenvolverá um projeto de caça genuinamente nacional?; 5) Comprará novos lotes de caças usados quando os atuais estiverem no fim de sua vida úitl?. As únicas certezas que temos são o reaparelhamento das Forças Aéreas de nossos vizinhos, alterando o balanço militar do continente, a crescente instabilidade política de vários países da região e a continuidade de sobrevôos de aeronaves de sensoreamento americanas em nosso território sem quaisquer reação ou questionamentos de nossa parte. Uma última pergunta fica no ar: Quando iremos agir como uma Nação com "N" maiúsculo?

15/07/2005 - Formalizada em Paris, entre os governos do Brasil e da França, a aquisição de um lote de 12 Mirage 2000C a um custo unitário de 5 milhões de euros, acrescidos de 20 milhões de euros relativos à compra de suprimentos e capacitação do pessoal da FAB. O valor total de 80 milhões de euros será pago em seis parcelas anuais com término previsto para 2010. Os armamentos, como mísseis e bombas inteligentes, serão negociados numa segunda etapa. Os Mirage 2000 operam em mais de sete forças aéreas e a Armée de l'Air pretende mantê-los no serviço ativo até 2025.

04/08/2005 - Os Mirage 2000C passarão por uma revisão completa antes de serem entregues à FAB em três lotes de quatro aeronaves, nos meses de dezembro de 2006, 2007 e 2008. Até que se complete a dotação do 1º GDA, a defesa aérea estará a cargo de um número não especificado de caças F-5BR que serão deslocados para Anápolis. O Mirage 2000C não está apto a operar o míssil BVR MICA, nem possui datalink e a integração de armas nacionais como o míssil ar-ar Piranha não está prevista nesta etapa. Há uma negociação para antecipar a entrega dos primeiros quatro Mirage 2000C para setembro do próximo ano, quando da realização da operação Cruzex 2006 no Centro-Oeste, onde também participariam do desfile de 7 de setembro em Brasília.

10/01/2006 - O Comandante da Aeronáutica assina Portaria nº R-10/GC1, que designou os militares relacionados para viajarem a Orange - França, a fim de constituirem a Comissão de Fiscalização e Execução de Contratos junto à Força Aérea Francesa - COMFIREM-FRANÇA, composta de cinco oficiais e sub-oficiais, que acompanharão o processo de transferência das aeronaves Mirage 2000C para a FAB.

06/03/2006 - Seis pilotos do 1º GDA, sediado em Anápolis(GO), e um oficial da COMFIREM iniciaram o curso teórico da aeronave Mirage 2000C na Base Aérea de Dijon. O curso tem duração prevista de seis semanas, e em seguida, dois futuros instrutores irão para a Base Aérea de Orange iniciar o curso prático e os demais pilotos retornarão ao Brasil, onde aguardarão a data de início do curso prático.

21/03/2006 - As quatro primeiras aeronaves Mirage 2000C a serem entregues para a FAB estão em processo avançado de manutenção. Todo o processo está sendo acompanhado pelos militares da COMFIREM. O primeiro dos seis motores a serem entregues este ano, já completamente montado, realizou o Giro de teste no banco de provas da Base Aérea de Orange. Técnicos da COMFIREM realizarão visita de verificação das condições de manutenção nos equipamentos de apoio no solo e nos lançadores de mísseis na cidade de Bourdeaux.

07/04/2006 – A COMFIREM realiza o acompanhamento da manutenção das aeronaves que serão entregues para a FAB. A inspeção a que estão sendo submetidas é o equivalente a uma grande “Revisão Geral”, com a desmontagem completa da aeronave, testes para identificação de rachaduras, verificação de existência de corrosão e desgastes nas conexões e verificação de todos os grandes componentes e sistemas.

27/04/2006 - Pilotos iniciam o curso prático de formação operacional em aeronave Mirage 2000C. Após realizar o curso Teórico em Dijon, com duração de seis semanas, e várias missões em simulador de vôo, os dois pilotos iniciaram o curso prático de formação operacional no caça. Nos dias seguintes serão realizados mais três vôos duplo comando com cada um dos pilotos brasileiros, e em seguida será realizado o primeiro vôo solo.

08/05/2006 - Como parte integrante do contrato de aquisição das 12 aeronaves Mirage 2000C está prevista a formação de Instrutores da aeronave na França, com o objetivo de que os mesmos possam dar seqüência na formação de novos pilotos no Brasil. Após a quinta missão, considerada como uma missão de check, os pilotos foram aprovados e receberam a autorização para efetuar o vôo solo na aeronave Mirage 2000, em território Francês. No dia 04 de abril, às 15:50h, um piloto, do efetivo do 1 º GDA, decolou para efetuar o seu primeiro vôo solo pilotando uma aeronave Mirage 2000C.

Primeiro Mirage 2000C  com as cores e insígnias da FAB.07/06/2006 - No dia 7 de junho foi realizada reunião para definição dos parâmetros básicos para a realização do traslado das aeronaves Mirage 2000C da França para o Brasil, com o apoio de reabastecimento em vôo de aeronaves KC-137 brasileiras.Estavam presentes à reunião pilotos de Mirage 2000 brasileiros e franceses, pilotos de reabastecedores franceses e do 2º/2º Grupo de transporte, membros da COMFIREM e representantes do Estado-Maior francês.

23/06/2006 - Apesar de não estar previsto no Acordo, a Força Aérea Francesa concordou com que os pilotos que estão fazendo curso de instrutores de vôo realizassem missões de Tiro Aéreo Foto e Real. Para realizar este treinamento os dois pilotos deslocaram juntos com a Unidade Aérea para a Base Aérienne 126, Capitaine Prezios, na Córsega, onde toda a Força Aérea Francesa realiza este tipo de missão.

13/07/2006 - Junto com os futuros instrutores, que já estão voando na França desde abril, mais quatro Pilotos realizaram o curso teórico em Dijon, no período de 06 de março a 10 de abril. Após o término do curso teórico, estes pilotos retornaram ao Brasil, onde permaneceram até o dia 06 de junho, quando se deslocaram para Orange e realizaram diversas missões em Simulador de Vôo e, na seqüência, cinco missões de vôo duplo comando, cumprindo o perfil estabelecido para a Fase de Adaptação à aeronave.

19/05/2007 - A Força Aérea Brasileira deverá anunciar em breve a retomada do programa de aquisição de caças de superioridade aérea, agora informalmente chamado Projeto FX-2, em face das recentes mudanças no cenário continental, principalmente as aquisições do Chile (F-16C/D Block 50) e Venezuela (Sukhoi SU-30 MKV). Agora os fabricantes apresentam aeronaves mais modernas do que as propostas anteriores, como o francês Rafale C, o europeu Eurofighter Typhoon, o sueco Gripen N, o russo Sukhoi SU-35 ou mesmo os americanos F-16 C Block 60, F-18 E/F Super Hornet e F-35 Lightning II. Porém há a possibilidade de que seja dispensada a licitação, com a aquisição direta de 24 a 36 caças no curto prazo, podendo chegar a 120 unidades no longo prazo. Se assim for, surgem como principais candidatos o Rafale C (preferido por boa parte dos oficiais da FAB), favorecido ainda pelo bom relacionamento entre os dois países, e o Sukhoi SU-35 que apesar de ser uma excepcional máquina de guerra, pode ser prejudicado pela falta de tradição no uso de aeronaves russas em nossas Forças Armadas e por possíveis pressões do governo americano.